Beleza de moça vaidosa, indiscreta
As rosas são virgens
Que em douras vertigens
Palpitam, Se agitam
E murcham das salas na febre inquieta.
Mas ai! Quem não sonha num trêmulo anseio
Prendê-las no seio Saudoso o Poeta.
Camélias fulgentes, Nitentes,
Bem como o alabastro de estátua quieta...
Primor... sem aroma!
Partida redoma!
Tesouro Sem ouro!
Que valem sorrisos em boca indiscreta?
Perdida! Não sonha num tremulo anseio
Prender-te no seio
Saudoso o Poeta
Bem longe da festa Modesta
Prodígios de aroma guardando discreta
Existe da sombra, Na lânguida alfombra,
Medrosa, Mimosa,
Dos anjos errantes a flor predileta
Silêncio! Consintam que em trémulo anseio
Prendendo-a no seio Suspire o Poeta.
Ó Filha dos ermos Sem temos!
O casta, suave, serena Violeta
Tu és entre as flores A flor dos amores
Que em magos Afagos
Acalma os martírios de uma alma inquieta.
Por isso é que sonha num trêmulo anseio,
Prender-te no seio Saudoso o Poeta! ...
Autor: Castro Alves
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